sábado, 31 de julho de 2010

Saia de imediato, Imediato!



Numa dessas conversas por aí, no msn, eu me dei conta - talvez pela primeira vez - do quanto me sobra juventude. É curioso, porque eu sempre me vi como alguém que não cabe dentro do próprio corpo tamanha alma velha que nele habita. Mas foi hoje mesmo, e nessa mesma conversa - reclamando para mim, com impaciência, da demora em ser respondida - que percebi que isso não passa de mais um defeito da minha juventude: querer antecipar a velhice. Ser reconhecida e me gabar de toda a experiência e maturidade que carrego comigo num papiro quilométrico.
Mas, vejam bem, não passo de uma jovem. Não posso desfrutar das licenças de ser criança. Nem do fato de ser adolescente - que já é autoexplicativo. Muito menos do peso de ser adulta - por mais que, por lei e na prática, eu seja. E muito menos ainda do ápice que eu almejo tanto - a velhice.
Não que eu deseje a velhice do corpo. Convenhamos que o meu, aos seus 21 aninhos, está muito mais do que bem servido. É a velhice do caráter, a velhice emocional. A falta de desespero da paixão que insiste em vir com aquele quê shakesperiano (nossa, isso tá certo?) de imediato.
Estou tão imediata que quero antecipar até mesmo a velhice. Que quero maturar paixões que ainda estão por nascer.
Assim sufocarei todas.
Tempo ao tempo. Que não muda nada. Mas que amorna. Acalma.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vontade de descobrir o e paralisar no auge da vida a tempo de vivê-lo. E aproveitar.

@BrunLuizz disse...

gosto dessa palavra 'now', e agora? Vivemos em um paradoxo, o importante é o equilíbrio.