segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Untitled

O vazio não é a ausência de dor. O vazio não é a falta de felicidade. O vazio é a dor em si, em seus estados mais puros. É um monstro invisível, amorfo, que se espalha pela atmosfera tal um veneno. É a quimera, o monstro mitológico criado a partir de todas e ada uma de suas dores, seus medos, seus pequenos monstros, que, não contentes apenas em colocar-lhe fim à vida, preferem torturar, espancar, esmagar.
O vazio é a presença sufocante de tudo aquilo que dói em um único lugar. É o vômito contido, produto do enjôo, que não sai e nem volta e que nos forçamos a mastigar e engolir repetidamente.
O que é o vazio, então? O que o caracteriza? Ele é a aceitação da dor, a abnegação da luta, é o estágio final, a entrega.
Não, o vazio não se trata de ausência.

0 comentários: