quarta-feira, 12 de março de 2008

Sobre terremotos e os seus efeitos

Qualquer um que passou da terceira série sabe dizer o que é um terremoto, de modo que me abstenho de fazê-lo. Quem não sabe, bem, pesquise.

Mas terremotos, para mim, vão muito além do que um geólogo pode explicar, e são muito mais interessantes e complexos do que ele pode discorrer a respeito. Terremotos são, sobretudo, uma ironia, e não menos. São uma ferramenta manipulada pelas mãos invisíveis da natureza contra a impotência das edificações humanas. São, de fato, algo muito curioso. São totalmente imprevisíveis e inevitáveis, e tudo o que podemos fazer a respeito é procurar formas artificiais de amenizá-los.


Note-se que eu falo, aqui, dos terremotos de grande porte, as verdadeiras catástrofes. Os que fazem nosso âmago rugir e nossas construções caírem por terra. Os tremores. Os REAIS tremores, avassaladores e cruéis, que causam muito mais do que leves choques, mas sim incêndios, curto-circuitos e desmoronamentos. Caos. E especialmente a sensação de uma sedutora paralisia que nos toma conta logo que eles passam.


Terremotos são ironias sedutoras. Mas sua ironia não diz respeito ao estrago que causam ou às quimeras construídas sobre alicerces de areia que eles destroem, e sim às coisas indissolúveis que eles não levam ao chão. Então ficamos entre eles e essas coisas. As coisas eternas e os tremores fugazes. Eu os desejo.


(esse certamente merecia estar aqui)

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