quinta-feira, 17 de abril de 2008

Count-er-pa-rts



Chega de retrospectos por hoje.

Se o que Proust disse é verdade, que felicidade é a ausência de febre, então nunca serei feliz. Porque sou possuída por uma febre de conhecimento, experiência e criação. Eu acho que tenho uma ciência imediata que viver que é muito mais terrível e doloroso. Não há sequer um lapso temporal, nenhuma distância entre mim e o presente. Percepção instantânea. Mas também é verdade que, quando eu escrevo depois, eu vejo muito além, eu entendo melhor, eu desenvolvo e enriqueço. Eu vivo muito mais no presente. O que eu me lembro depois já não me parece mais tão real. E eu tenho tanta necessidade de realidade. Deve ser essa necessidade de arquivamento imediato que me faz escrever quase em consonância com a vida, antes que seja alterado, modificado pela distância de tempo.

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