terça-feira, 15 de abril de 2008

Ode à minha eterna trovadora


Dormir já foi uma aventura.
Contada pelas líricas de grandes compositores, cujo instrumento era aquela voz.
Ah, a voz suave e levemente trêmula.
Era o momento em que aquela voz se tornava mais agradável.
Acompanhada, sempre das cinco cordas que os dedos conduziam com maestria.
A penumbra dava o toque final e fantástico.
Ah, como era bom dormir assim!
Sinto falta, às vezes, de ser uma criança que fingia temer o escuro, e ouvir aquela voz dizendo "tudo bem, vou cuidar de você".
E das cordas com os poderes mágicos de me fazerem adormecer.
Alguém me escreveu que crescer dói.
Nunca li algo tão verdadeiro.
Contudo, por um momento, quero estar sob aquelas cobertas.
Sob a proteção da minha eterna trovadora.
Uma de suas canções era mais ou menos assim:

Bem te vi, bem te vi
Andar por um jardim em flor
Chamando os bichos de amor
Tua boca pingava mel
Bem te quis, bem te quis
E ainda quero muito mais
Maior que a imensidão da paz
Bem maior que o sol
Onde estás?
Voei por este céu azul
Andei estradas do além
Onde estará meu bem?
Onde estás?
Nas nuvens ou na insensatez
Me beije só mais uma vez
Depois volte prá lá.

Quando vi em um filme que "mãe é Deus aos olhos de uma criança" eu pensei: "bem, razões para acreditar nisso eu tinha". E eram muitas.

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